O Ministério da Saúde do Líbano informou que pelo menos 274 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas após ataques israelenses no sul do país nesta segunda-feira (23). Crianças, mulheres e paramédicos estão entre os mortos.
Esse é considerado o maior e mais mortal ataque aéreo de Tel Aviv contra Beirute em quase um ano da escalada do conflito na região.
Mais cedo, Israel alertou os cidadãos libaneses para evacuarem as áreas onde o grupo Hezbollah estava armazenando armas, aproximando-se de uma guerra total.
"Estamos aprofundando nossos ataques no Líbano, as ações continuarão até atingirmos nossa meta de devolver os moradores do norte (de Israel) em segurança para suas casas", disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant.
O porta-voz do exército israelense Avichay Adraee declarou em uma publicação no nas redes sociais que, até agora, mais de 300 alvos do Hezbollah foram atingidos. Em resposta, segundo a agência de notícias Reuters, o grupo libanês declarou que havia lançado foguetes contra postos militares de Israel.
Aumento de tensão entre Israel e Hezbollah
Após quase um ano de guerra contra o Hamas em Gaza, Israel anunciou “nova fase da guerra”, com foco para a fronteira norte do país, de onde o Hezbollah tem realizado ataques contra Tel Aviv.
A nova ofensiva israelense acontece após as explosões de pagers e walkie-talkies, que mataram dezenas de pessoas no Líbano, incluindo membros do grupo xiita. Os ataques foram atribuídos a Israel, que não se manifestou sobre o caso.
Na sexta, bombardeios israelenses atingiram um prédio residencial nos subúrbios da capital Beirute, matando 45 pessoas, incluindo Ibrahim Aqil, membro do alto escalão do Hezbollah, segundo Tel Aviv.
O Hezbollah, por sua vez, intensificou os disparos de foguetes contra Israel
durante o fim de semana e lançou cerca de 150 foguetes, mísseis e drones no norte do outro país, em retaliação aos ataques. A atuação do grupo extremista vem em apoio ao seu aliado palestino Hamas.
Desde o ataque de 7 de outubro, quando membros do Hamas se infiltraram em Israel em um festival de música, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando 251, o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, promete "aniquilar" o grupo. Para isso, tem comandado uma ofensiva contra a Faixa de Gaza que já deixou mais de 40 mil mortos.
No Líbano, o número de mortes causados pela guerra de Israel contra o Hamas e o Hezbollah gira em torno de 600 – entre eles, mais de 100 civis.